domingo, 26 de junho de 2011

DÉSIR

Que se consuma em fogo esse que

em chamas me consome,

Que seja consumado o fato, o ato, desdenhoso, desejoso e carnal

do desejo que ora me toma.

Que palavra alguma caiba e saiba dizer o que é.
Que corpos virtuais não sejam suficientes, nem físicos sejam alcançados.

Que consumição alguma nos tome nem nos aperte no culus de medos os medos que os dedos alheios e nossos e vossos nos apontam.

Que arda, que queime, que vibre
a sensação do que surge e urge em sufocar e dar vida.

Que seja breve em tua anatomia
Que se eternize em sua agonia
Que torne gerúndio o desejo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Você


E choveu.
Chuva fininha gostosa embalando os sonhos da tarde que não pude ter.
E tornou-se chuva forte.
Imitando o choro das coisas perdidas que não pude conter.
E ficou negro o céu.
Lembrando a tua pele depois do dia na praia.
E tornou o céu claro.
É como quando você sorri para mim.
E virou reticências
Vida que segue apesar de tua ausência mesmo estando ao meu lado.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


A letargia é essencial aos que,

aos poucos,
se envenenam

tomando pequenos goles diários de seus próprios desejos

ou comendo o fígado de suas almas.