quinta-feira, 11 de julho de 2019

Sobre a providência da nova previdência.

As coisas se resumem a nível de caráter. O dinheiro é atrativo, o capitalismo foi fortalecido de modo a ser agora o monstro que nos destrói e alimenta, como no conto de João e Maria ele nos engorda e depois mata/come.
Nascemos, em maternidades, fomos protegidos por nossos pais, tivemos acesso a educação e fomos instigados a querer mais da vida, esse mais a cultura preencheu, porque não tivemos a oportunidade de ficarmos ricos. (Pagar miseravelmente a alguém que lhe lava a roupa ou o vaso sanitário não é ser rico, comprar carro à prestação em 1000 vezes também não).
Agora, adultos e no auge de nossa boa saúde, com nossa mesa farta, nos sentimos no direito de negar assistência social aos outros usando pra isso a infame expressão de que "há que se ensinar a pescar", junto com outras máximas,  lastimavelmente, tão canalhas quanto essa.
O problema não está em direita e esquerda, está no egoísmo, na falta de empatia, no egocentrismo, em se achar superior aos outros. Principalmente se o outro não nos soa igual, se não tem o mesmo nível de vida.
A ferocidade desse sistema que aí está se impõe porque há a inércia dos que tudo sabem e nada fazem; será mais difícil para nós? Sim, certamente. Passaremos necessidade? Não acreditamos nessa possibilidade. O outro que hoje não comeu, que amanhã não verá água limpa que beba, que não sabe o que quer dizer previdência social?
Bom,  desses nós vamos vamos salvar alguns, quando o raciocínio e o sentido de pecado nos inflir a lhes pagar uma sede dágua, uma refeição indigna ao pé de uma calçada para que possamos nos sentir homens de bem.
Quanto a luta de classes, bem, sabe como é... eu tenho uma reunião agora, tenho que trabalhar, o que posso fazer, está longe de meu alcance...
Enquanto isso os lobos retiram suas peles de cordeiro e dançam sobre o sangue da miséria e fome.